- Mulheres com pouca auto-estima, pouco amor próprio que sofrem de uma exploração quase voluntaria, ou cabe na cabeça de alguem que a madrasta da Cinderela fosse esse poço de maldade e as suas meias-irmãs fossem Parcas inexoravelmente egoísta que "cortavam o seu fio de vida". Porque não lutava ela pela sua situação? E se o seu principe encantado não aparecia ou melhor ainda quando andava com o sapatinho de porta em porta tinha um ataque dessa "doença" chamado amor à primeira vista.
- Principes que davam a volta ao reino a procura da sua amada que conheceram no baile real, com um sapatinho de cristal na mão à procura do pé ideal. Não era possivel que o sapato servisse a mais do que uma rapariga? Ok lá o reino não seria propriamente Nova York mas também não seria tão pouco povoado como Mafamude. Não seria esta busca mais um pretexto para realmente avaliar o potencial lá das "meninas" do reino? e se é certo que uma boa maquilhagem pode fazer "milagres", a dimensão do milagre tem limite não seria mais fácil ele olhar para a cara das raparigas? Teria o principe um fetiche por pés?
- Uma tremenda ingenuidade a roçar a profunda estupidez: vejamos o caso da Branca de Neve andava lá a Rainha, "companheira de seu pai" a tentar findar-lhe a sua existência ao que ela recolhe a um bosque para evitar esse triste fim já depois do subalterno da Rainha ter sido clemente e poupado a vida desta. O que é que ela faz? aceita comida de estranhos e e ingere a mesma, é que ainda podia ter a desculpa de que aceitou para não fazer desfeita mas não comia. Não comia... tenhamos dó, não é isto brincar com o fogo?
- Casos abandono familiar ou de tremenda de cegueira ou ambas: esta o lobo mau vestido de avozinha e a netinha (capuchinho vermelho) a demorar a reconhecer que afinal não era a sua querida avózinha que repousava no leito, mas sim um LOBO disfarçado. Afinal não é só a irmã Lúcia que viu Nossa Senhora apesar das 25 dioptrias em cada vistinha, a capuchinho vermelho viu a avózinha na cama apesar de lá estar um LOBO, mesmo caso para dizer que cada um vê o que quer ver, ou pior ainda esta capuchinho vermelho nao queria saber da avó para nada, muito raramente a visitava e provalvelmente só lá foi a casa desta porque das duas uma ou era Páscoa e ela foi lá ver se trazia o folar, ou era Natal.
Agora pergunto-me como é que gente como esta pode estar destinada à felicidade eterna? Gente desonesta pouco solidária, gente que não luta pelos seus interesses, pela sua felicidade ou dos outros. Não pode. E acreditando eu em karma, de que no final do dia o universo tem a sua maneira de equilibrar as contas, a felicidade e mais ainda, a felicidade eterna não pode ser recompensa justa pela sua forma espectante de estar perante a vida. Com isto não quero dizer que desejava ardentemente que a infelicidade tomasse conta da realidade destas personagens que durante gerações atravessaram o imaginário de petizes. O que eu reclamo com esta indignada exposição, é a necessária revisão destes contos , para um incutir de valores mais condizente com uma sociedade justa ou senão e à falta de melhor vá lá, um... um... olha, ... e viveram desafogados até ver!
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